Racionalmente eu já vinha, de muitos anos, descortinando minhas ingenuidades (além das faltas de noção), e entendendo que nem tratores, cavalices ou atropelos eram bons. Mentalmente tudo parecia uma árdua ideia de produtivismo misturada com total inaptidão pra qualquer coisa, com qualquer pessoa. Talvez por isso se passaram tantas coisas, situações e pessoas que ainda seguem inexplicáveis? Talvez nunca descubra…
Hoje ainda são 4 de fevereiro de 2025. Quase um ano atrás fiz contato com uma associação canábica, pouco depois de sair de uma consulta médica que me custou bastante - mais emocional que financeiramente. Desde então, gotinhas matinais e noturnas tem regado meus dias. Eu, que sequer fumei qualquer coisa de acender na vida, tornei-me maconheiro.
É isso mesmo. O tom pejorativo é pra tentar falar algo de engraçado. Acho que não deu certo. Tampouco me sinto feliz com essa lentidão toda. Tenha certeza, você que me lê: não quero voltar para quem eu era antes. Só não sei o que fazer a partir daqui.
Estar mais devagar, permitir-me dirigir a 60km (quando a pista permite 70km) está sendo incrível, preciso dizer. Também estou achando o máximo dar atenção pra algumas coisas de cada vez - antes eram muitas, mas muitas mesmo, em muito pouco tempo, o tempo todo.
E eis que a pergunta que mais tenho me feito nas últimas semanas é: quanto tempo será preciso pra refazer tudo, tudo de novo? É como disse Clarice (aquela da Macabéa): Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
A angústia ainda bate forte, dia após dia, e a impressão que dá é disso, entende? Parece que resolvi desacelerar quando estava na subida de um morro.
Que fique registrado, jamais me verão de novo guiando um motor 1.0 a 180km/h (sim, já fui assim e eu nem sei pescar). Mas preciso urgentemente sair dessa marofa.
Abs
ps: leiam Sidarta Ribeiro!
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