quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Ode ao tempo de Luz

Escrevi esse texto em outubro passado e, mesmo que pareça pretensioso chamá-lo de ode, a mim o tempo vivido soa como uma música, daquelas que a gente gosta de cantar alto e com o volume no máximo, pra sentí-la com toda intensidade.
Pra bons entendendores, as palavras por si já se bastam.

Com vocês, 
A Luz
Há seis anos fui agraciado com uma Luz, parecida a certas bençãos de Deus, daquelas que entram estilhaçando as vidraças.Era a luz de um pó de estrelas, que logo cobriu meus caminhos, iluminou meus olhos e coração.
O tempo me mostrou que esse pozinho, a Luz, tinha muito, muito mesmo a me ensinar.Aprendi que eu tinha muito a ouvir, e até a dizer.Aprendi que viver era mais que ver e ouvir, mas sentir.E senti, por muito tempo.Clara manhã, obrigado. Eu vivi!
Nesse tempo, tempo de Luz!, fiquei extasiado.E com ela, a Luz, eu cresci.Mas o tempo corre, as ideias se cruzam e, as vezes, se descruzam.As vontades crescem, e diminuem.Depois crescem de novo. O tempo? Ah! o tempo. Se tivéssemos um gravador...
Mas a Luz, puxa, a Luz, cada vez mais intensa.Como pó de estrelas, sempre cintilando, alumia caminhos e pessoas. E não sossega um minuto!Dizem que em um lugar, parece que em Marília, existe uma Luz feliz.


Eduardo Mussi
out.2012 


terça-feira, 20 de novembro de 2012

O que realmente representa o que é importante?

- Alô? Magá? (voz pesada e igualmente ansiosa)
- Oi Edu.
- É sobre aquela conversa da semana passada, aquela vaga de transferência saiu. É em Campinas.
- An, e aí? (voz receosa)
- E aí que a gente não tem muito tempo pra decidir. Eu preciso responder logo. E então, queres ir?

Esse diálogo durou um pouco mais, mas não mais que dois minutos. Várias outras perguntas vieram e muitas outras tentativas de resposta. Inclusive essa:
- E tu achas que o Duda vai querer ir?
- Ah, Edu, ligue pra ele, converse com ele. Acho que sim.

Em menos de um mês meu pai já tinha ido embora. Voltou. Foi de novo.
Tudo parecia novo e desafiador. Aquela ansiedade do ir-não-ir foi a melhor do mundo. E a pior do mundo também.
Não fazia ideia do que viria pela frente. Sequer lembrava se já tinha ouvido falar de Campinas. Acho que uns dois anos antes só, quando entrei no Colégio e só se falava em vestibular:

- Prestem atenção nessa questão da UNICAMP, eles adoram esse tipo de pergunta! - E por aí vai.

Quatro meses se passaram (ou algo assim). Meu pai ficou morando numa kitnet. Ligava todos os dias. As vezes mais de uma vez por dia. Minha mãe e eu ficamos decidindo o que fazer com isso ou aquilo. Deus pai, quanta coisa, quanta caixa! E quanta (in)disposição minha em querer pensar o que fazer com cada grão de pó preso às tralhas que o tempo foi segurando.

Lembro bem da mudança: um caminhão baú do tamanho do mundo, e o nosso mundo guardado em quase 3 centenas de caixas. Eis que todo o possível veio embora, num não querer deixar nada pra trás, como se pudéssemos.

Mal sabíamos que os nossos mundos só estavam começando a crescer, e que nada naquelas caixas representava qualquer coisa de importante; sequer representava o que viria a acontecer. E como aconteceu.



Eduardo Mussi

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Entre idas e vindas, o que vai, volta.

Há dez anos me tornei cigano. Convidado a morar em outro lugar, Belém ficou pra trás. O que veio pela frente, vários anos depois, foi totalmente inesperado.

19/10/2002, 19h20. Dia e hora exatos de minha chegada em Campinas/SP. Pré-vestibular, novas amizades, pré-conceitos, desgostos e resultados. Em menos de dois anos, tudo muito em muito pouco tempo.


2004, quase mês de abril. Marília me recebia como outras tantas pessoas que iam e vinham: indiferente.

As pessoas que já estavam alí sim, faziam diferença. Nem bem tinha chegado, e já estava dividindo um vinho gostoso e barato com duas novas ótimas amizades.
Conheci muita gente nesses 8 anos em Marília. Aprendi muita coisa, fiz o que queria e até o que não podia. E tenho, tenho saudade.

Dez anos se passaram e agora faço o caminho de volta. Sim, há alguns meses iniciei um projeto: o de construir o caminho de volta. E este blog chega no momento exato de inaugurar esse processo.

A minha Belém era uma até eu sair de lá. Hoje ela mudou bastante, assim como meu olhar sobre ela, sobre os lugares porque passei.

O objetivo do blog não é ser [apenas] saudosista ou catártico. Mas compartilhar um pouco das experiências de idas e vindas, das idas e voltas, das expectativas, pré-conceitos e experiências vividas. 


Nas postagens que vierem adiante, vou tentar resgatar alguns dos passos dados, algumas das experiências que vivi com um sem número de pessoas que, de algum modo, me ensinaram a viver na selva de pedra e a julgar, da melhor maneira possível, as escolhas que fazemos (obrigados ou não), ao longo da jornada. De ida, e de volta.


Ainda não vou mencionar ou agradecer a ninguém aqui. Se você está lendo esse texto, é porque cheguei até aqui e estou grato, muito grato por tudo.



Eduardo Mussi